Ganso no Corinthians? Quem ganha?

Claro que qualquer torcedor do Santos se revoltará com Ganso vestindo a camisa do Corinthians. É difícil entender como um jogador que já brilhava muito na Vila, e estava com a carreira internacional encaminhada, assume esse risco de trocar seu clube por um rival antes da Europa.
Mas não se trata apenas de uma manobra para diminuir a multa contratual para o exterior. Envolve o quanto a imagem de Paulo Henrique pode se fortalecer em um clube onde a repercussão de mídia é maior, o que geraria mais benefícios do que repercussão negativa.
Envolve um plano de marketing arquitetado por Ronaldo, que teria mais espaço sem ter de dividir a cena com Neymar.
Também está relacionado à mágoa de Ganso com o Santos, por não ter sido valorizado antes. O meia não aceita que estava machucado e que a urgência do clube em resolver antes a situação de Neymar se dava pela proposta do Chelsea (ING).
O ato vai soar também como o troco do DIS, braço esportivo do Grupo Sonda, em represália às ações judiciais movidas pelo Peixe para tentar reaver na Justiça parte dos direitos de jogadores adquiridos pelo investidor ainda na gestão de Marcelo Teixeira.
Fato é que desde a transferência de Ricardinho, do Corinthians para o São Paulo, em 2002, não se via uma troca de clubes rivais tão polêmica no futebol paulista.
E Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, só disse que respeitaria o Santos enquanto tudo era um sonho. Quando percebeu a chance de realizá-lo, mudou o tom e fez questão de divulgar a notícia para deixar a situação de Paulo Henrique ainda mais insustentável na Vila Belmiro.
E Muricy Ramalho, que acabou de chegar ao Santos, já preocupado com a situação, terá seu primeiro pepino para descascar. Como escalar agora Ganso na quinta-feira, contra o Cerro, no Paraguai, em confronto decisovo pela Libertadores?
Nem o título da competição continental vai acalmar os ânimos dos santistas, mas pode deixar PH de consciência mais tranquila ao deixar o clube com uma conquista dessas. Mas para isso, terá de se esforçar mais do que vem fazendo nos últimos jogos.