domingo, 5 de junho de 2011

Individualismo excessivo em Goiânia

Em sua primeira apresentação doméstica, a seleção de Mano Menezes ficou
devendo.
Não apenas pelo insôsso zero a zero, mas principalmente por mostrar
pouquíssimo conjunto. E isso nada tem a ver com o mérito da boa seleção
Holandesa, que se fechou bem e não é um time qualquer.

Tem a ver com o Brasil ter muitos jogadores de qualidade, mas não
necessariamente um time de qualidade.


Time é onde todos jogam conjuntamente, passando a bola, procurando e melhor
opção. Mesmo que esta seja abrir mão de brilhar em favor de um companheiro mais
bem colocado.


Fiquei até a me perguntar se a concorrência por vagas para a Copa América –
já que alguns serão cortados – contribuiu negativamente.


Porque com raros momentos de exceção, sobretudo no segundo tempo, o
individualismo apareceu mais do que deveria em Goiânia.


Só pra citar o caso mais emblemático, Neymar mostrou a conhecida habilidade,
o celebrado talento, mas além de derrapar numa tosca malandragem de saltos e
simulações de faltas, se excedeu no egoísmo de quem parece querer brilhar mais
do que os outros. Neymar não precisa disso. Joga muito. Mas nem por isso pode
jogar sozinho.

Seria injusto dizer que o craque do Santos foi o único individualista, assim
como seria injusto creditar a ele a culpa pelo resultado frustrante. Mesmo com
todos os defeitos, Neymar foi quem mais produziu contra a Holanda.

Sim, era apenas um amistoso. Mas serviu como alerta.


Às vésperas da Copa América, Mano Menezes tem que saber dar o puxão de
orelhas necessário.


E de preferência, ensinar aos mais jovens uma velha cartilha, tão clichê
quanto essencial:


Um por todos, todos por um.

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